Não fosse eu como São Tomé (ver para crer, a sua filosofia de vida) e já teria comentado a atribuição dos óscares. "Este país não é para velhos" foi eleito o melhor filme e a dupla Joel e Ethan Cohen finalmente reconhecida com a estatueta da realização (o reconhecimento de "Fargo" soube a pouco). Tudo bem, o filme traz o tempero dos westerns para uma realidade mais actual, de uma forma bem satírica, realçando as razões - nenhuma aparentemente - que levam uns quantos malucos a desatarem a cravar-se de tiros. Algumas partes do filme são bem caricatas, para outras nem se apresenta explicação; talvez não seja necessário, talvez não tenha interesse explicar. O problema é esta minha mania de querer encontrar uma explicação bem racional para tudo o que mexe.
Mas, e Quentin Tarantino com o seu Kill Bill e Uma Thurman no papel de vingadora? Pois para mim não houve dúvida na altura que se trataram de 2 grandes filmes (em especial a sequela) mas foram completamente ignorados em Hollywood. Com isto não quero desvalorizar a conquista dos 2 irmãos, bem pelo contrário! Por isso mesmo, será que sopram ventos de mudança no interior da Academia? Terão receio de alguma coisa ou estarão apenas a descortinar novos horizontes? Então e Tim Burton e as suas criações? E Johnny Depp com as suas fantásticas interpretações? Em cada pele que veste é um assombro de talento em acção e sem limites, capaz de dar vida ao boneco mais inanimado. Para mim ele já ganhou mais de uma dezena de óscares e ai daquele que diga o contrário :-)))
E já que falamos em "vencidos" (os vencedores nem precisam de comentários pois se ganharam é porque tiveram o seu mérito) deixo uma palavra para duas pessoas: George Clooney e Saoirse Ronan. O primeiro dispensa apresentações mas a verdade é que quem o vê apenas como o grande galã (e não é atributo que lhe fique mal, eu até me vou candidatar ao lugar quando tiver idade :-))) o melhor é reparar no seu comportamento em "Michael Clayton" e verificar como ele preenche o ecrã com talento puro e não com esse estatuto. A segunda é uma miúda que encanta e deixa boquiaberta qualquer pessoa em "Expiação"; com o seu olhar de serpente não deixa ninguém desviar os olhos do ecrã. Contudo, se ela vencesse, se calhar o título do filme mais galardoado faria mesmo sentido e esse não é, de certeza, o verdadeiro pensamento dos Cohen.
Para o ano há mais, veremos que surpresas a malta cinematográfica nos vai reservando...
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